quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

"O MUNDO EM QUE VIVI" - ILSE LOSA

DESAFIO AOS MEUS ALUNOS DE 8ºANO
Depois de lidos alguns extratos da obra, em sala de aula, fica o desafio para estes dias de interrupção letiva. 
Na passagem que se segue (manual Plural, páginas 157/158), Rose conheceu Paul. Se ela tivesse um diário, o que teria escrito? Imagina que és a Rose e escreve uma página do seu diário referente a este dia tão importante para ela.

"O meu tempo com Paul foi o último sol antes da trovoada, o céu claro e o aroma das flores e das florestas.
Começou numa tarde de inverno em que uma colega de nome Waltraut me apresentou Paul Marten. Subimos, os três, o monte. Olhei de soslaio para o rapaz: era mais alto do que eu, vestia um casaco claro com gola de astracã. A expressão um tanto infantil acentuava-se pelos lábios um pouco puxados para a frente como os dos meninos quando amuam. Pousado sobre o cabelo louro, encaracolado, o boné vermelho dos alunos do último ano do "gymnasium".
O café, no cimo do monte, estava apinhado de gente e o ar engrossado pelo fumo dos cigarros. Um trio tocava música, e os criados corriam, atarefados, de um lado para o outro. Conseguimos uma mesa junto à janela, de onde se via a cidade com a cúpula dourada da catedral e o campanário pontiagudo da igreja gótica. Sentada defronte de Paul, apercebi-me que ele não tirava os olhos de mim. Virei a cabeça para o lado e olhei para fora. Pensei que decerto me achava feia, e isso arreliava-me.
Waltraut contava coisas várias, mas notei que Paul não escutava. De repente dirigiu-se-me:
– Em que ano anda?
– Isso interessa-lhe?, repliquei.
– Por que é que me fala dessa maneira?
– Porque me apetece, respondi desabridamente.
Mais tarde, ao evocarmos este primeiro encontro, divertíamo-nos sempre de novo. Recordo aquela tarde em que Paul me imitou fazendo cara carrancuda: "Porque me apetece". Era uma tarde de primavera e as cerejeiras estavam em flor. Tanto nos rimos que acabámos por nos encostar a uma das árvores e a leve chuva de pétalas brancas, que dela se desprendeu, cobriu-nos como no inverno nos cobriam os flocos de neve.
Anoitecia e arrefecera quando descemos do monte. Caminhávamos depressa. Os dois levaram-me a casa e, ao despedir-se, Paul apertou-me calorosamente a mão:
– Foi uma linda tarde.
Na manhã seguinte, ao sair de casa, fiquei surpreendida ao avistá-lo.
– Não me esperava, pois não? Os olhos sorriam-lhe.
Caminhámos lado a lado, perturbados e sem falar.
Daí em diante Paul esperava-me todos os dias para me acompanhar à escola ou para darmos um passeio. Waltraut sabia-o e, certo dia, disse-me:
– Coisas da vida.
Absorvida pelo amor nem refleti naquelas palavras. Todos os meus pensamentos giravam em volta de Paul e renunciar a ele nem sequer me ocorreu.
– Por que razão deixaste de gostar de Waltraut?, perguntei-lhe.
– Porque gosto de ti.
– E porque é que gostas de mim?
– Porque és tu.
"Porque és tu", disse, e nada mais. Vi-lhe, porém, nos olhos a chama quente e nem as palavras mais belas teriam sido capazes de me dar maior felicidade.
Mas Paul vivia em conflito por minha causa, e eu sabia-o. Habitava um apartamento com a irmã, pois haviam-lhes morrido os pais. Ora a irmã, bastante mais velha do que ele, simpatizava com o movimento nacional-socialista, e eu era judia. Vi-a pela primeira vez numa tarde em que andava a passear com Paul.
– É a Rose, de quem te falei, disse-lhe Paul.
Estendeu-me a mão e, logo em seguida, lembrou ao irmão um convite de uma família deles conhecida:
– Não te esqueças, Paul, de ser pontual.
Compreendi que queria fazer-me sentir que o mundo de Paul não era o meu. […]
Mas depois tiraram-nos o chão debaixo dos pés, excluíram-nos do povo alemão, transformaram-nos num "problema", um problema para os outros, um problema para nós próprios."

Ilse Losa, O Mundo em que vivi. 32.ª ed. Porto: Afrontamento, 2011.  [com supressões]

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

VIAGEM PELA LÍNGUA PORTUGUESA

Queres saber mais sobre a origem da língua portuguesa e sobre a forma como ela viajou e se espalhou no mundo?
Então, consulta este site do Museu da Língua Portuguesa, no Brasil.

ENTREVISTA A GIL VICENTE - GUIÃO

Em trabalho de pares, prepara uma entrevista a Gil Vicente (dez perguntas no mínimo) e grava-a ou apresenta-a oralmente na turma.
Situação 
Já no final da vida, Gil Vicente conversa com um amigo cronista. Depois da morte do dramaturgo, o amigo regista, em forma de diálogo, as revelações de Gil Vicente. O manuscrito chegou ao século XXI. Um jornal publica um suplemento especial com a entrevista e uma estação de televisão contrata dois atores e faz uma edição dramatizada dessa entrevista. 
Assuntos a abordar:
- Apresentação do autor com alguns dados biográficos
- Questionário/respostas:

  • Gil Vicente: Vida familiar/Vida na corte/Vida profissional (vários ofícios, carreira teatral) 
  • Gil Vicente na sociedade e na política 
  • Gil Vicente e o humor 
  • Expectativas relativamente à importância da obra para as gerações futuras 

- Conclusão

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

CONCURSO "A MELHOR CARTA 2016"

Os CTT e a ANACOM desafiam os alunos dos 9 aos 15 anos a escreverem uma carta, entre 500 a 800 palavras, subordinada ao tema "Imagina que tens 45 anos e escreve uma carta a ti próprio". 
Vale a pena, o prémio para a melhor carta é aliciante! Inspira-te e... mãos à obra!

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

AUTO DA BARCA DO INFERNO

RTP Ensina é o portal onde podes encontrar bastantes conteúdos audiovisuais que te vão permitir saberes mais. Através de um pequeno vídeo, podes ficar a saber mais sobre o Auto da Barca do Inferno e sobre o seu autor, Gil Vicente.
http://ensina.rtp.pt/artigo/auto-da-barca-do-inferno-de-gil-vicente/

SINOPSE DA PEÇA:
"Num ancoradouro, dois barqueiros, um Anjo e um Diabo, aguardam passageiros que viajam para o outro mundo. Este é o pano de fundo para o quadro que Gil Vicente, dramaturgo da corte portuguesa no século XVI, vai desenhar da sociedade de então."
Representado pela primeira vez em 1517, O Auto da Barca do Inferno, tem como ação o julgamento num cais, onde os juízes, um Anjo e um Diabo, discutem quem entrará na barca de cada um, condenando os seus passageiros à viagem para o Céu ou para o Inferno. Por lá passa a representação de toda a sociedade portuguesa da época e o Diabo é quem leva mais passageiros na barca.
GIL VICENTE
Viveu na época Descobrimentos mas, ao contrário de Camões que exaltou os feitos portugueses, fez-lhes uma crítica mordaz. 
Dramaturgo na corte, onde viveu cerca de 35 anos, foi o homem de confiança da Rainha D.ª Leonor e, para além de escrever e encenar as suas peças, organizava também as festas reais. Homem dos “sete ofícios”, julga-se que foi também ourives e Procurador dos Mistérios na Câmara de Lisboa. Gil Vicente foi consensualmente considerado o “pai” do Teatro português.

Para saberes mais, consulta o site Citi - Gil Vicente online.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

CRÓNICA OU OPERAÇÃO MATEMÁTICA?

A propósito das crónicas, tipo de texto analisado em sala de aula de 9ºano, a Renata escreveu a sua, usando a matemática ao serviço da sua criatividade: 
ROTINAS
As rotinas estão por toda a parte, embora com dimensões diferentes. 
O meu dia-a-dia poderia ser resumido a: escola, casa, atividades extracurriculares, casa. Tem sido assim desde que me lembro de ser gente. Se a esta rotina diária multiplicarmos os cinco dias úteis da semana, mais os dois dias de fim-de-semana (onde somos ligeiramente mais livres mas não o suficiente) vai dar como resultado uma rotina semanal. Se multiplicarmos esta rotina semanal pelas trinta e quatro semanas de escola e somarmos as semanas em que temos direito a férias, obtemos o produto de uma rotina anual. Por sua vez, se a esta rotina anual juntarmos as outras rotinas anuais que vivemos (e que gradualmente se tornam mais diferentes das anteriores) vamos ter como resultado uma rotina muito mais extensa à qual chamamos «ciclo da vida». 
Nascemos, crescemos e vivemos presos a rotinas pequenas que dão origem a rotinas maiores. Acarretamos a responsabilidade de as cumprir corretamente, tanto que nos esquecemos de viver a vida livremente. E ainda afirmamos nós que somos ser livres.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

HISTÓRIA COMUM

Para ajudar a compreender o conto de Machado de Assis lido e analisado em sala de aula, com alunos de 9ºano.


História comum, Machado de Assis from Margarida Claro

E para testar o vocabulário,  proponho aos alunos a realização destas palavras cruzadas idealizadas por Paulo Freixinho no seu site Palavras Cruzadas online.

sábado, 24 de outubro de 2015

ACORDAR

A propósito da crónica, género jornalístico estudado no 9ºano, foi pedido aos alunos que redigissem uma. A Isabel escreveu assim: 
Acordar 
Acordo de manhã, o silêncio espreita na porta, apenas o gato me diz bom-dia. Levanto-me, visto-me e sento-me no sofá. Enquanto tomo o pequeno-almoço, nem um pequeno barulho se ouve e a saudade e a monotonia instalam-se no meu coração. 
Ainda me lembro como tudo era antes de a minha progenitora emigrar. Ela acordava-me aos berros, fingindo já estar atrasada, de maneira a apressar-me. Ainda me recordo da agitação que se armava todas as manhãs. 
Como tudo mudou em meros segundos: num dia agitação, noutro dia monotonia. 
Como o meu coração grita de saudade!

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

ENTREVISTA A NUNO MARÇAL

A entrevista é um dos conteúdos programáticos do 8ºano. Nas aulas de português das turmas A, B, C foi elaborada esta entrevista e o entrevistado prontificou-se imediatamente a responder deixando a seguinte mensagem aos alunos:
"Bem-haja pelo vosso interesse e pelas perguntas bem feitas.
Felicidades para os vossos projetos de vida.
Resistir, insistir e nunca desistir de existir!
Saudações Bibliotecárias-Ambulantes."
Nuno Marçal é bibliotecário na Biblioteca Municipal de Proença-a-Nova desde 2003. Desde 2006, exerce funções de bibliotecário-ambulante sendo responsável pelo projeto Bibliomóvel. Desloca-se de aldeia em aldeia pelas seis freguesias do concelho, ao volante de uma carrinha, com o objetivo de levar livros, revistas, jornais, conhecimento e cultura às pessoas que moram em aldeias distantes do centro e, ao mesmo tempo, partilhar palavras com quem vive isolado. Partilha, também, o seu dia a dia com o mundo no blogue http://opapalagui.blogspot.pt/. Vamos falar do homem ao serviço da comunidade, do seu projeto, da sua profissão invulgar e de afetos.
Como surgiu a ideia de criar uma biblioteca ambulante?
NM- Portugal é um país com um historial riquíssimo ligado às bibliotecas itinerantes. Durante cerca de cinquenta anos, houve um serviço simbólico que percorreu o país de lés a lés levando cultura, leitura e sempre algo mais: as Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 2006, o Município de Proença-a-Nova viu concretizada a candidatura a um programa de apoio que visava o desenvolvimento de zonas rurais, onde estava incluída a Bibliomóvel e uma Unidade Móvel de Saúde. 
Seria possível realizar este projeto sem apoios financeiros e humanos? É um projeto de manutenção cara? 
NM- Sem pessoas nada se faz. Os meios financeiros são importantes na aquisição, transformação, abastecimento e manutenção do veículo; no salário do funcionário, na aquisição de livros, jornais, revistas, internet, etc. O recurso mais importante é, sem dúvida, a vontade de fazer acontecer, sem ela nada se consegue. Isto adapta-se a tudo na nossa vida. 
Quando o projeto iniciou, como reagiram os familiares, os amigos e os colegas de trabalho? 
NM- Com estupefação, incredulidade, alguma descrença e desconfiança.
E a população, como reagiu quando a carrinha chegou às aldeias pela primeira vez? 
NM- Alguma surpresa e desconfiança que se foi transformando em confiança e certeza sobre o benefício dos serviços prestados. 
Que aldeias recebem a sua visita? 
NM- Neste momento são trinta e cinco aldeias e cinco instituições de apoio à 3ª idade (Centros de Dia e Lares de Idosos). 
Desloca-se diariamente ou há um dia fixo para fazer todo o percurso? 
NM- São duas rotas que se repetem quinzenalmente. O concelho de Proença foi dividido em duas partes. Numa semana faço a zona norte e na outra a zona sul. 
Quanto tempo demoram as viagens entre cada aldeia? 
NM- De segunda a sexta-feira, as manhãs são dedicadas às instituições e as tardes reservadas para os circuitos entre aldeias. O tempo varia consoante a rota. Algumas aldeias são próximas e outras mais afastadas. O tempo passado em cada paragem, também não é fixo. Por norma, nunca mando ninguém embora e nestes quase dez anos já tenho perceção de quem pode, ou não, aparecer por isso, quando os habituais terminam a sua visita, fecho as portas e sigo para a paragem seguinte. 
Onde almoça durante as suas deslocações? 
NM- Como não vivo em Proença-a-Nova, almoço todos os dias em restaurantes da vila.
É o Nuno Marçal o único a conduzir a carrinha ou é substituído por alguém, de vez em quando? 
NM- Até 2010 houve a possibilidade de alguém me substituir nas minhas férias ou ausências. De então para cá, quando estou de férias, ou tenho de faltar, o serviço é cancelado.
Durante o percurso que faz, ouve música ou prefere o silêncio? 
NM- O rádio e algumas compilações sonoras piratas são uma das companhias em viagem. A outra companhia, esta visual, são as paisagens que a estrada proporciona. 
Sente-se um «cavaleiro solitário» ao serviço da cultura? 
NM- Não! Sou apenas um simples bibliotecário apaixonado e dedicado ao seu trabalho.
Quantos leitores estão registados na Bibliomóvel? 
NM- Estamos num processo de renovação de inscrições, por isso não tenho um número certo, mas são cerca de duzentos. Existem muitos utilizadores da Bibliomóvel que não são leitores (alguns não sabem ler nem escrever) mas usam as revistas das rendas, bordados, caça e pesca. Esses não têm “cartão de leitor” mas são utilizadores/frequentadores/amigos da Bibliomóvel.
Quem é o seu público-alvo? Há mais leitores ou leitoras? Que relações estabelece com eles? 
NM- Os leitores que leem livros são maioritariamente senhoras, domésticas entre os 50 e os 80 anos. Existem, como referi na resposta anterior outros utilizadores/frequentadores/amigos da Bibliomóvel que se aproximam e entram cá dentro em busca de outras coisas sem ser livros. Procuram informação, conhecimento e afetos. Uma palavra, um sorriso podem ser muito importantes e as Bibliotecas também são espaços para essa troca. 
Quem escolhe os livros que são requisitados: os leitores ou o bibliotecário? 
NM- Nestes quase dez anos já conheço bem o perfil de todos aqueles que procuram leitura na Bibliomóvel, por isso adapto as aquisições consoante os gostos individuais. Ocasionalmente, sugiro autores diferentes. 
Que documentos são preferencialmente requisitados? 
NM- Revistas e livros. 
Quantos documentos podem ser requisitados de cada vez? 
NM- Não há limites burocráticos. 
Tem conhecimento de haver outros projetos como este, no país e/ou no estrangeiro? 
NM- Em Portugal são cerca de sessenta Bibliotecas Itinerantes que percorrem o país. Na sua maioria pertencem a Câmaras Municipais. No mundo, praticamente todos os países têm serviços itinerantes de biblioteca. 
O projeto dura há quase dez anos. Tem noção de quanto tempo mais se irá prolongar? 
NM- Não faço futurologia, mas enquanto houver vontade mútua vamos continuar. 
O que lhe dá motivação para continuar? 
NM- A paixão pela profissão e a vontade de tentar fazer sempre o melhor possível independentemente das circunstâncias. 
Enquanto condutor de uma carrinha que carrega saber, sente-se um homem especial, uma pessoa solidária, um humanista? 
NM- Sou apenas um ser humano normal, com as virtudes e defeitos de todos os seres humanos. Abracei uma profissão ancestral (bibliotecário) que, acredito, vai ter ainda muito futuro pela frente. Sinto-me feliz e realizado profissionalmente e acredito que isso pode fazer a diferença. Agora sentir-me especial? Não. 

Uma conversa à distância que as tecnologias permitiram concretizar. Nuno Marçal não é apenas o profissional ao serviço de uma Biblioteca Municipal. É um apaixonado pela profissão com uma missão: calcorrear quilómetros para levar livros, palavras e afetos a quem não os tem à mão de semear. Um andarilho levado pela força da vontade.


terça-feira, 13 de outubro de 2015

RTP ENSINA

No conto "A Aia", de Eça de Queirós, a protagonista é uma escrava negra. A propósito, é preciso saber mais sobre a escravatura e a RTP ensina. É só seguir o link para se aceder a um pequeno vídeo sobre o tema.
Madona do leite
Canato ( SP, Brasil, 1985)


segunda-feira, 12 de outubro de 2015

SE EU FOSSE UM LIVRO...

Se eu fosse um livro, seria um atlas para poder conhecer todo o mundo. Desde o Polo Norte ao Polo Sul, de Portugal à Nova Zelândia. Queria conhecer o fim do mundo, o local mais alto do planeta, a cidade mais bonita de todas. Gostaria de ser feito do papel mais duro do planeta, para que ninguém me pudesse rasgar. Teria uma capa tão colorida e tão viva como a paisagem que se vê do alto do Cristo Rei e uma contracapa tão fria e branca como a do pelo de um urso polar. Queria jantar no cimo da torre Eiffel com um livro de aventuras, para trocarmos as opiniões sobre a nossa vida. Levaria pessoas a escalar o Evereste, a nadar nas praias do Havai e a viver um safari usufruindo das magníficas paisagens.
Luís, 8ºC



Se eu fosse um livro, seria um diário....
Um diário de uma adolescente, talvez apenas porque sou uma adolescente ou, então, porque percebo os adolescentes. Aqueles que pensam que ficaram sozinhos ou, então, os que aprenderam o que era amar alguém cedo de mais, eu entendo-os. Passei por coisas parecidas e adoraria ser o diário de alguém que passou pelo mesmo ou algo parecido. Não queria que um adulto vulgar, como aqueles que pensam que os adolescentes não sentem, escrevesse em mim porque, se isso acontecesse, preferia ser deitada fora, rasgada, sei lá ... Porque os diários não servem para escrever neles só porque sim .... Um diário serve para nos ajudar, para ninguém se fechar, para desabafarmos. Por isso, se uma fada entrasse por aquela porta e me transformasse num livro, gostaria que fosse num livro velho que não chamasse a atenção de todos, mas daquela pessoa, não sei quem, não sei o nome, apenas alguém igual a mim. 
 Mariana, 8ºC 

sábado, 10 de outubro de 2015

SE EU FOSSE UM LIVRO...

Se eu fosse um livro, seria grande o suficiente para ser visível a grandes distâncias. Seria colorido para impressionar os mais novos e os mais velhos. Seria tão lido que já teria manchas e dobras nas minhas folhas. Teria contos populares para as crianças, amorosos para os adolescentes e “quentes” para os atrevidos. Seria um livro sem tema nem título. Seria eu próprio, desejando ser lido vezes sem conta e provocar a curiosidade de outros seres.
Se eu fosse um livro, não ficaria pousado numa prateleira toda empoeirada, num quarto com cheiro a mofo de um adolescente problemático. Não ficaria fechado num armário juntamente com objetos sem uso.
Se eu fosse um livro, teria pernas para correr, boca para falar e olhos para ver, seria livre.
Se eu fosse um livro, não deixaria de me expressar ou de imaginar.
Se eu fosse um livro… voaria.
Soraia, 8ºC

Se eu fosse um livro, seria um livro de comédia para que, nas alturas tristes, as pessoas me lessem e, rindo, ficassem mais felizes, mais alegres. Seria um livro grande e grosso, do tamanho da alegria e da felicidade que gostaria de oferecer às pessoas.
Gostaria de ser um livro usado e recomendado, sinal de que os outros gostavam de mim. Gostaria, também, de ter um espaço especial numa grande biblioteca. Teria histórias para todas as idades e de todos os géneros, desde anedotas a contos.
A minha capa representaria a minha personalidade. Seria uma cena cómica que provocasse um grande sorriso, mas também que fizesse imaginar o meu conteúdo.
Se eu fosse um livro, tentaria melhorar o mundo apenas com palavras e imagens.
Gostaria de ser escrito não por um, mas por vários escritores que quisessem mudar o mundo em que vivemos, e transformá-lo num mundo melhor, mais alegre.
Se eu fosse um livro, gostaria de ser traduzido em todas as línguas existentes e de ser conhecido em todo o mundo. Também gostaria que houvesse cópias minhas em todas as bibliotecas do mundo.
Rita, 8ºC




QUAL É A DIFERENÇA?

Alunos, sabem a diferença?
(documento encontrado no Facebook)
Vês e Vez são palavras homófonas, leem-se da mesma maneira mas escrevem-se de maneira diferente. Portanto, atenção à ortografia!!!

domingo, 4 de outubro de 2015

EÇA DE QUEIRÓS

Os alunos de 9ºano vão começar a ler e a interpretar o conto de Eça de Queirós, "A Aia". Para conhecerem melhor o autor, podem seguir o link e entrar na Fundação Eça de Queirós onde poderão encontrar muita informação.
Quiz sobre o escritor.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

SOU UM LIVRO...

Sou um livro de aventuras sem fim.
Sou um livro com capa e contracapa desenhadas ao pormenor. As minhas folhas são finas e macias como a pele de um recém-nascido. A minha lombada tem letras douradas, da mesma cor do ouro dos antigos piratas. Dentro de mim, encontrarás histórias mais emocionantes do que Os Lusíadas e mais extensas do que a Bíblia. Tenho histórias de amor, terror e horror, ciladas e muitos assuntos interessantes para espreitares.
As pessoas que me leem nunca mais são as mesmas! Ganham outro gosto pela vida, veem as coisas de uma maneira diferente.
O meu título é O livro sem nome.

Luís, 8ºA

domingo, 27 de setembro de 2015

CONCURSO "DÁ VOZ À LETRA"

A Fundação Calouste Gulbenkian, a Porto Editora e a Câmara Municipal do Porto estão à procura do melhor leitor ou leitora em voz alta.
Através do concurso Dá Voz à Letra, os estudantes da Área Metropolitana do Porto, entre os 13 e os 17 anos, vão poder enviar um video de uma leitura em voz alta de um texto, à escolha, com a duração máxima de 3 minutos, e ganhar uma viagem a Londres para duas pessoas, entre outros prémios. O vídeo deverá ser enviado entre 28 de setembro e 30 de outubro de 2015.
Ver mais info aqui.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

SE EU FOSSE UM LIVRO, SERIA...

Se eu fosse um livro, seria um romance, uma estória linda de amor passada durante a primavera, ao som das andorinhas, com as cores das mais exóticas flores. Contaria aos meus leitores uma estória complexa de um amor platónico, com um grande enredo, mas com um final feliz, e eles acabariam tão apaixonados como as duas personagens principais. Os meus leitores passar-me-iam de geração em geração para que eu não entrasse no esquecimento. E, de noite, depois de adormecerem, sonhariam que vivem no meu romance. Ao acordar, aperceber-se-iam que tudo não passara de um sonho e, com pena, contentar-se-iam em guardar-me não numa prateleira com pó mas nos seus corações.
Renata Silva, 9ºA

Se eu fosse um livro, seria um romance. Teria uma capa chamativa e qualquer pessoa pegaria em mim para ver o meu conteúdo, para saber se era do seu agrado.
Estaria numa biblioteca, numa prateleira onde me sentiria especial. Numa prateleira onde os outros livros, comparados comigo, seriam monótonos e sem graça, seriam livros com conteúdo muito “cliché” que faziam o leitor prever o final da estória. Eu não! Eu teria uma estória tão imprevisível que as pessoas guardariam na memória para todo o sempre. E, no final, o leitor choraria de tão emocionante que ele seria.
Se eu fosse um livro, seria um livro de topo, nunca sairia do lugar de topo de vendas.
Fabiana Santos, 9ºA

Se eu fosse um livro, gostaria de ser um livro de poemas românticos pois poderia expressar-me em forma de rimas, de que eu gosto bastante, e poderia falar de várias coisas acerca do amor.
Seria um livro não muito grande mas também não muito pequeno. Teria exatamente a estrutura ideal e a minha capa seria a capa mais cativante. Seria um “best seller” durante meses.
A idade ideal dos meus leitores seria entre os catorze e os vinte anos e eles teriam de ler um poema por dia para saborearem cada palavra como a última bolacha do pacote. Iria deixá-los a pensar sobre a vida, iria dar conselhos sobre o amor e, ao mesmo tempo, iria torná-los felizes lembrando-os que há sempre alguém que os ama.
Ana Rita Lima, 9ºA

Se eu fosse um livro, seria um livro de aventura e romance, seria um livro de grandes dimensões pois, assim, só quem gostasse de ler se atreveria a fazê-lo. Dentro de mim teria apenas uma história na qual dois mundos paralelos se cruzariam e poriam à prova até aonde o ser humano é capaz de ir por amor. Cada personagem do meu romance teria de travar longas lutas nas quais a força do amor seria sempre a mais forte.
Duas personagens principais: ele seria um rapaz da realeza e ela uma rapariga plebeia do outro lado do mundo. Eles ter-se-iam conhecido através das redes sociais e ter-se-iam apaixonado. As regras do seu reino não permitiam que ele se encontrasse com ela. Então, ele teria fugido e abandonado a sua monótona vida para ir à procura da aventura.

Isabel Silva, 9ºA

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

REGRESSO ÀS AULAS

Para dar as boas vindas aos alunos, deixo um poema de Mário-Henrique Leiria para reflexão: o que acontece a quem fica deitado à espera que aconteça?

Uma nêspera 
estava na cama 
deitada 
muito calada 
a ver 
o que acontecia 

chegou a Velha 
e disse 
olha uma nêspera 
e zás 
comeu-a 

é o que acontece 
às nêsperas
que ficam deitadas 
caladas 
a esperar 
o que acontece

Mário Henrique Leiria, in Novos Contos do Gin





quarta-feira, 2 de setembro de 2015

UMA NOITE MÁGICA

Texto coletivo do 7ºC, enviado para o concurso "Uma aventura literária", Caminho

Aquela noite, naquele final de outono, surgiu insuportável e medonha. Os ventos varriam os telhados, os raios interrompiam a escuridão, os trovões impediam o sono das pessoas e as chuvas lavavam tudo à sua volta.
No céu negro, até a lua se tinha recolhido para se abrigar da tempestade. Nada se vislumbrava. Só trevas. E medo, muito medo.
Quando, de repente, uma luz apareceu a piscar.
Eu estava sentada na minha cama, receando a escuridão. Olhei pela janela e vi a estrela a brilhar, lá bem no alto.
Aquela estrela parecia que queria entregar-me uma mensagem ou guiar-me. Foi então que eu vesti a primeira peça de roupa que me veio à mão, saí do quarto em bicos de pés, para não acordar os meus pais que estavam no quarto ao lado.
Cheguei ao jardim e os meus dentes bateram como castanholas.
Sem hesitar, fui atrás da luz. Apesar do frio que se fazia sentir, e do vento que me arrastou para ali, cheguei a um local que bem conhecia. Aquela luz, surgida do nada, conduzira-me à Biblioteca Municipal.
Nem sabia por onde entrar! Pela porta principal? Pela porta de emergência? Ou por uma janela? Não sabia. Só sabia que algo me impelia a entrar. E não era a tempestade!
Optei pela entrada mais fácil: a porta principal. Mas, não estava à espera que fosse assim tão fácil! Empurrei-a e fiquei impressionada pois a porta estava apenas encostada. Então, pensei:
- Será que deixaram a porta aberta? Não me parece! Mas vou entrar na mesma, quem não arrisca não petisca.
Entrei na biblioteca, ouvia-se um silêncio assustador. Entretanto, um estrondo ecoou e parecia-me vir da sala principal onde vivem todos os livros que me têm preenchido a imaginação.
O meu coração disparou mas sabia que naquele local enfeitiçado nada tinha a temer. Estavam ali todos os heróis das histórias. Então, caminhei corajosamente. Mas, onde estaria aquela estrela que tanto me encorajou?
Tinha medo de espreitar, não sabia o que me esperava.
Oh, meu deus!!! Não acreditava no que estava a ver! Na sala principal, onde normalmente reinava o silêncio, um barulho enorme atroava os ares, como se todas as crianças da escola estivessem no recreio.
Havia livros caídos no chão por todo o lado. De repente, mais livros começaram a cair e deles saíam muitas personagens. E a sala, sem luz elétrica, iluminou-se com um brilho tão forte como se o sol lá tivesse ido dormir. Imensos pirilampos acabavam de escapar da sua história e brilhavam intensamente, agradecendo a liberdade inesperada.
Eu queria entrar mas… Se aqueles seres se escondessem quando me vissem? Eles pareciam tão animados, parecia que tinham estado o dia inteiro à espera que este momento chegasse para contarem as suas aventuras uns aos outros. Parecia, até, que os armários, leves, aproveitavam para dançar o resto da noite sem se preocuparem com os livros que caíam.
Decidi aproximar-me. O Pinóquio gritou:
- Escondam-se!
- Calma, calma. Aquela estrela – disse-lhes eu, apontando para o céu - guiou-me até aqui. Não vos quero fazer mal!
Pouco a pouco, começaram a juntar-se a mim a Alice do País das Maravilhas, o Peter Pan, o Harry Potter, a Ariel, o Ulisses, o Principezinho, o gato Zorbas, a Anne Frank, o Cavaleiro da Dinamarca…
Alice foi a primeira a reagir, aproximou-se de mim e convidou-me:
 - Vem comigo tomar um chá e conhecer o chapeleiro maluco.
- Não! Vem antes comigo sobrevoar a Terra do Nunca e verás como é bom ficar sempre criança - disse o Peter Pan.
- Porque não vens comigo explorar o mar? Vem ouvir a música das ondas, vem apreciar o arco-íris dos corais e dos peixes, vem mergulhar na serenidade das águas frescas e transparentes do meu reino - contrapôs Ariel.
- Sim, vem comigo e ao conduzo-te ao reino da Ariel. Vais conhecer as sereias mas, atenção, não te deixes enfeitiçar!...- aconselhou o Ulisses.
- Para enfeitiçar estou cá eu! – ripostou Harry Potter. - Com o meu manto da invisibilidade, poderás ir aonde quiseres!
Os convites sucederam-se e eu olhava para todos sem saber o que pensar.
- Nem acredito que estais aqui comigo. Tenho vivido a minha vida a sonhar com todos! Embarquei e fui marinheira, aventureira, pirata, mágica, fada, feiticeira... Convosco voei e perdi-me num mundo encantado. Conheci a amizade e a coragem. Nem dormia! Ficava na minha cama, de olhos abertos, à espera da próxima aventura. E imaginava que era eu a viver cada uma delas. Por isso, já não preciso de vos acompanhar. Já fui. Sou uma devoradora de livros.

Entretanto, a manhã acordou mais calma e um atrevido raio de sol tentava furar as grossas nuvens que ainda cobriam o céu. Acordei estremunhada e não entendi por que motivo a janela do meu quarto estava aberta e todos os livros da minha estante tinham caído e se encontravam no chão.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

ERA UMA VEZ UMA HISTÓRIA!

Mesmo em férias, a Jéssica Barros continua a escrever. Eis o microconto em 77 palavras que me enviou, hoje, com o desafio nº2 da escritora  Margarida Fonseca Santos.

Era uma vez uma história. Nela vivia uma menina que queria ser alguém com importância na vida das pessoas. Então, optou pela música e quis ser clarinetista. Assim, chegaria ao coração delas. Ajudar as pessoas iria fazer com que se ajudasse a si própria, iria transmitir a mensagem que lhe ensinaram. Porquê clarinete? Ninguém sabe, isso terão vocês de descobrir!
Um instrumento pode mudar a nossa vida, basta acreditar. A música nunca nos abandonará, estará connosco, sempre!

sábado, 13 de junho de 2015

INGLÊS É LÍNGUA DE EXTRATERRESTRES?

Depois de estudadas as características do texto dramático, os alunos teriam de experimentar a sensação de serem dramaturgos por um dia, pode ser que fique o bichinho! 
Foi-lhes pedido que redigissem uma cena com base num dos temas fornecidos. A Jéssica, do 7ºC, escolheu este e o texto surgiu, grande lição.

TEMA: António é um velho contador de histórias que não percebe nada de Inglês. Um dia, propõe a um grupo de jovens que o ensinem visto esta língua estar a fazer-lhe muita falta. 
Ato I 
Cena I 
(numa biblioteca, um velho contador de histórias e um grupo de jovens sentados no chão) 
António: Meninos, tenho que vos propor um desafio! 
Luís (entusiasmado): Qual é? 
Rúben (surpreendido): Um desafio? 
Giovanni: Ahahah! 
João(impaciente): Calem-se, deixem ouvir! 
António: Eu não sei falar inglês e gostava que me ajudassem, pode ser? 
Todos: Sim, até vai ser divertido! 
Giovanni (aparte): Ele não sabe falar inglês, deixem-me rir… 
António: Quando me podem ensinar? 
Todos: Amanhã, agora temos de ir embora. 
António: Boa, quanto mais depressa melhor, é que tenho de ir contar as minhas aventuras, por todo o mundo, e a língua que tenho de usar é o inglês. 
Giovanni: Uma pergunta, posso? 
António: Diga. 
Giovanni (materialista): Quanto paga? O que nos dá em troca? 
Luís (preocupado): Cala-te, nós não estamos a fazer isto por dinheiro, apenas a ajudar alguém que necessita de nós. 
João (sentencioso): Quantas vezes já nos pediram ajuda? Nunca! E ainda por cima para ensinar uma língua estrangeira! Fazemos isso de graça, claro!
Rúben (sorri, divertido): Quero apenas divertir-me e vai ajudar-nos a melhorar na disciplina e tudo! 
Giovanni (aparte): Fogo! Os velhos têm sempre dinheiro, este é mesmo forreta, ainda por cima contador de histórias, ganha pouco, ganha!! 
António: Eu posso pagar-vos de uma maneira: contando histórias que vivi, aventuras magníficas e, se quiserem, até vos ensino um segredo, um truque! 
Giovanni (espantado): Um segredo?? Truque? É mágico, quer ver?! 
Luís: Ate amanhã, temos de ir. 
 Ato II 
Cena
(num jardim, com árvores grandes, flores, tudo é verde, cheira tão bem; todos os colegas sentados num banco à espera do velho contador de histórias
Giovanni (irónico): Arrependeu-se. 
(António chega apressado
António: Desculpem o atraso. 
Luís: Vamos começar. 
Todos: Diga: What is your name? 
António: Whats you name? 
Todos: Nãããããooooooooooooooooo! 
Giovanni (aparte): Deve estar a falar chinês! 
António: What is your name? 
João: Boa, professor, só temos este dia e amanhã por isso tem de estar atento. 
Luís: How old are you? 
António: Ho olf ar you? 
Rúben: Por favor, tenha calma. 
António: Isto é uma língua de extraterrestres. 
(os treinos continuam...)
Giovanni: E contar-nos, agora, uma aventura que viveu, não acha justo? 
António: Boa ideia. Então aqui vai. No deserto do Sara, apareceu uma serpente verde, com uma língua que dava para me enrolar à volta dela, reinavam montanhas de areia escaldante, o vento cada vez batia mais forte, mais e mais… 
Ruben: E??? 
António: O resto fica em segredo, qualquer contador tem os seus segredos… Até amanhã, meninos, à mesma hora, no mesmo local. 
Giovanni: Não se atrase! 
(saem todos, escurece
Cena II 
(juntam-se no mesmo sítio
Todos: Boa Tarde! 
António: Hi! How old are you? 
Todos: Nice. 
António: Estive toda a noite a praticar, a ouvir músicas, fui ao tradutor, li livros em inglês… 
Giovanni: Livros???? Mas valia ler aqueles panfletos em inglês para os estrangeiros, pelo menos passeava. Luís: Continue assim. 
João: Já lhe ensinamos algo em dois dias. 
Rúben: Agora é só o esforço. 
Giovanni (divertido): Um dia ainda vai ler em inglês em New York. 
António (surpreendido): Que exagero, mas obrigado por insistirem. Sem vós não conseguiria fazer nada, estiveram a cativar-me e, claro, sem trabalho não vamos a lado nenhum. 
Todos: Não tem de agradecer, até foi divertido fazer de professor. 
Giovanni (aparte): E eu a pensar que ele sabia tudo. 
António: Já me safo. Afinal o inglês não é assim tão difícil e, com trabalho... 
Giovanni (interrompendo, cheio de ansiedade): Pode, agora, ensinar-nos o truque?? 
António: Acho que já aprenderam! 
Luís (surpreendido): Já?? 
António: Sim, o segredo é o poder de ajudar as pessoas. Com vontade de ajudar e com trabalho, tudo se consegue. E, agora, tenho uma surpresa para vós. 
João: Uma surpresa?? 
António: In the Sahara desert, it appeared a green snake with a long tongue that I could wrap myself on it, it reigned burning sand mountains, the wind was blowing ever stronger, more and more..." 
Luís: Once upon a time... 
João: Victory victory will never forget this story! 
Giovanni (estremunhado): Todos a falar em inglês, e eu?? Bem, já chega, não acham? 
Ruben: Very well! 
Todos : By!  (riem e apontam para o Giovanni que está com cara de poucos amigos) Extraterrestre!!!

quinta-feira, 11 de junho de 2015

UMA LIÇÃO

Depois de estudadas as características do texto dramático, os alunos teriam de experimentar a sensação de serem dramaturgos. Foi-lhes pedido que redigissem  uma cena com base num dos temas fornecidos. O Hélder, do 7ºA, escolheu este e o texto surgiu, bem divertido. 
TEMA: A roupa ganhou vida e impõe a sua vontade sobre os movimentos dos donos. Imagina a história. 

PERSONAGENS: Ricardo, roupas
ATO I
Cena I 
(Quarto do Ricardo; ele entra vestido com umas calças, uma camisola e calçado na moda
Ricardo (deita-se por cima da cama.): Aleluia! Finalmente cheguei a casa. Hoje, o dia foi estafante: tive treinos de futebol, educação física, e ainda estive 90 minutos livres a jogar futebol porque a minha professora faltou. E agora não me apetece tomar banho. 
(De repente saltam as roupas do armário.
Roupas: (com voz irritada.) Já chega! Estamos fartas que tu nos vistas a cheirar mal! Depois, nós é que  temos de suportar o cheiro todo o dia. Que nojo!!! 
Ricardo: (com um tom de voz assustado): Vocês têm vida? 
Roupas: (ainda com voz irritada) Sim! Temos, sempre tivemos, só que não te quisemos assustar mas a paciência tem limites. 
Ricardo: Eu sei, eu sei. 
Roupas: Mas agora é tarde, vamos embora. 
(as roupas saem pela janela e Ricardo fica a olhar, sem reação
Roupas: E não venhas atrás de nós enquanto não mudares os teus maus hábitos! 
Ricardo (olha-se de cima abaixo): Mas as roupas que eu trago não foram embora!!! Provavelmente não fogem enquanto as tenho no corpo!
(Ricardo, muito apressado, sai de casa e corre à sua procura

Ato II
Cena I
(Ricardo encontra-se num beco sem saída
Ricardo: Minhas roupas! Peço desculpa e prometo que vou fazer sempre a minha higiene pessoal. 
Roupas: Prometes mesmo? 
Ricardo: Sim, prometo. 
Roupas: Ok! Então vamos para casa. 
Ricardo: Sim, concordo. Vou tomar um banhinho para vos vestir lavadinhas e cheirosas! 

Ato III
Cena I
(Ricardo chega a casa com as roupas nos braços, toma um banho e veste-se
Ricardo: Até sabe bem tomar um bom banho fresco. Sinto-me bem melhor! 
Roupas: É, não é? 

(e assim Ricardo aprende a lição)

UM SONHO!

Depois de estudadas as características do texto dramático, os alunos teriam de experimentar a sensação de serem dramaturgos. Foi-lhes pedido que redigissem apenas uma cena com base num dos temas fornecidos. A Beatriz e a Rafaela, do 7ºA, escolheram este e o texto surgiu, bem divertido.

TEMAA roupa ganhou vida e impõe a sua vontade sobre os  movimentos dos donos. Imagina a história.

PERSONAGENS: Lucas, Bianca, meia-calça, top, sapatos, saia, calções, meias, ténis, camisola de cavas

CENA I
(Quarto grande, bem iluminado, com duas camas, duas mesinhas de cabeceira, duas cómodas de cada lado do quarto e uma secretária; os irmãos vestem-se no centro do quarto quando, de repente, a roupa de Bianca começa a fugir para o corpo de Lucas.)

Meia-calça (a espernear) - Já estou farta de estar nas pernas, quero ir para os braços do Lucas. 
Top (em cima da cama aos saltos e a gritar) - Hoje não me usas, disso podes ter a certeza! 
Sapatos (saltando de cama em cama) - Não queremos ir para os pés. Gostamos mais das orelhas! 
Saia (dança e flutua pelo quarto) - Nunca mais vou para a escola!! 
Bianca (em pânico) - Lucas!!! Ajuda-me!!! A minha roupa está a fugir de mim!!! 
Lucas (correndo atrás dos calções) - A minha roupa também, não te posso ajudar. Socorro!!! 
Calções (às gargalhadas) – Ahahahahah!!! Não me apanhas. Não me apanhas. 
Meias (fogem da gaveta) - Nunca mais vou para dentro daqueles ténis! 
Ténis (melindrados) - Desculpa? Não sou eu que cheiro mal! Estou farto do vosso cheiro e do cheiro dos pés do Lucas. 
Camisola de cavas (gritando) – Deixem-se de coisas! Também estou farta do cheiro dos vossos sovacos. Vamos aproveitar, a janela está aberta! 
(Lucas corre até à janela e fecha-a) 
Bianca - Finalmente apanhei a minha roupa, só faltam os sapatos! 
Lucas - A mim, só me falta a camisola! 
(Quando, finalmente, apanham a roupa, ouvem um barulho: é o despertador, está na hora de acordar e de ir para a escola
Bianca (acorda estremunhada e esfrega os olhos) – Que sonho estranho tive toda a noite! E se isto vier a acontecer na realidade?

quarta-feira, 10 de junho de 2015

CONCHAS

Depois da leitura e interpretação de vários poemas em sala de aula, a Ana Cunha, do 7ºB, decidiu escrever um.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

CARTA RESPOSTA ÀS CARTAS DOS ALUNOS

Na semana da Leitura (março 2015) as autoras Maria Alice Sarabando e Lília Gisela Cipriano estiveram com os alunos de 7ºano os quais escreveram cartas (incluindo fotografias deles em momentos de leitura) às personagens dos livros Ângulo giro e Eu só vejo cores e ainda do conto "Um tribunal na sala de aula" (in, Contos de um mundo com esperança). 
As autoras decidiram responder às várias cartas. Aqui fica a carta que deliciou os alunos. E é isto que faz mover uma escola e que dá ânimo para se continuar a luta diária.
Lombomeão e Paradita, Março de 2015
Queridos alunos das escolas de Arrifana e Milheirós de Poiares,
As nossas personagens julgavam-se figuras débeis, imprecisas como espectros, aprisionadas em livro fechado; mas ganharam vida com as vossas leituras e interpretações. Apreciaram a vossa música e a vossa dança. Comoveram-se com as vossas cartas e fotografias.
A Sara sentiu-se muito contente por a Rita Rodrigues ver nela um exemplo de boa disposição, amizade e altruísmo.
O Lourenço agradece as palavras de incentivo a que se mantenha num rumo de vida digno vindas de Ana Cunha, Jorge, Ana Brandão, Rita Rodrigues, André, Rafaela, Beatriz, Mariana, Diana, Daniela, Hélder e Ivo.
A Beatriz gostaria de satisfazer a tua curiosidade, Ana Rita Ferreira, sobre se ela e Rodrigo vão namorar, mas as autoras interromperam a história antes de isso ficar claro (se precisares, bate-lhes a elas), embora deem a entender que sim. Pelas vossas palavras, pensa que poderia vir a ser também muito amiga da outra Ana Rita, do Sandro e do Leonardo.
O Antônio Rodrigo apreciou enormemente a compreensão do Ruben, do Luís, do João e do Leonardo quanto aos problemas que o afetam, mas diz que tem um “eu” muito forte e estruturado, que sabe o que quer e já adquiriu uma noção muito segura das atitudes certas na vida. Dificilmente se deixará abater. E deixa umas palavras especiais para a Wency aconselhando-a a que se aplique no Português para mais facilmente poder comunicar e firmar as amizades que já tem.
Provavelmente os Cristas não ligaram nada às palavras do Jorge, da Jéssica, do Ruben e do David, mas vamos esperar que em algum deles tenha ficado um eco que o leve a mudar de atitudes.
O Miguel captou música muito bela nas palavras da Jéssica Barros.
O Bruno sentiu-se feliz por, com a sua história, ter levado a Tatiana e a Marília a refletirem sobre a ideia de preconceito.
Nós, as autoras, sentimos da vossa parte um carinho enorme que nos aquece como abraços. Para todos vocês, a nossa gratidão.
Maria Alice e Lília

domingo, 31 de maio de 2015

CORREÇÃO DO TESTE DE MAIO - 8ºANO

1.
A.   Para o autor, o teatro é um espetáculo e o futebol é um jogo. F
B.   Os espetadores de um jogo de futebol são, como os espetadores de uma peça de teatro, participantes num jogo de ficção. V
C.   O espetador de uma peça de teatro entra num jogo: fingir acreditar ser verdadeira uma ação ficcionada. V
D.  O número de espetadores não influencia a representação ao nível de ritmo e de ambiente. F
E.   Pode haver teatro sem atores. V
F.    Provavelmente deixaria de haver futebol se não houvesse espetadores. V
G.  O autor associa o futebol a um combate através da comparação. F

2.1. O assunto do texto centra-se...
C. Nos aspetos que aproximam um jogo de futebol de um espetáculo teatral.
2.2. A presença dos espetadores no jogo de futebol e no espetáculo teatral...
D. É determinante porque ainda que indiretamente participam quer no jogo, quer no espetáculo teatral alterando o ambiente em que se desenrolam.
2.3. Neste contexto a palavra sublinhada significa que...
B. O espetador aceita como uma representação da realidade a ficção que vai ver.

Texto B
1.   As duas cenas são atípicas no texto dramático porque muda o espaço onde a ação decorre e muda de cena em vez de mudar de ato, como é usual neste tipo de texto. Além disso, há um avanço de seis meses o que também não é comum.

2.   Vanessa simboliza o feminismo, a luta contra o machismo e os estereótipos da sociedade. É uma criança de sete anos, muito ativa, rebelde e contestatária. Não aceita a educação diferenciada que os pais dão aos dois filhos, apenas por serem de sexos diferentes, e revela que está disposta a lutar pelos direitos das mulheres indo contra tudo e contra todos, com alguma agressividade, até o conseguir. É, portanto, uma lutadora e revela sentido de justiça.

3.   Inicialmente, Vanessa está bastante irritada e depois fica feliz porque é o seu aniversário e ela apenas recebe brinquedos que ela detesta, tais como bonecas, louças e vestidos. Quando recebe a tão desejada metralhadora muda o estado de espírito e fica numa grande alegria.

4.   A metralhadora que Vanessa desejou ao longo de toda a peça conota a luta que ela trava contra o machismo tão enraizado na sociedade que é preciso uma arma muito forte para o combater.
5.    O título tem duplo sentido pois, por um lado, revela o caráter violento da Vanessa que apenas brinca às lutas e coloca todos os bonecos a lutar uns com os outros; por outro lado, simboliza a luta que é preciso travar para que os direitos das mulheres sejam respeitados.

6.   Transcreve uma didascália que indique:
6.1 cenário: “ela está sentada no quarto”
6.2 movimento corporal do ator: “vai batendo com a panela na cabeça da boneca…”
6.3 efeitos sonoros: “fazendo imenso barulho”
6.4 expressão facial: “parando imediatamente, fixa o PAI, cheia de esperança”

7.   Encontra a palavra adequada às definições que se seguem:
7.1 Autor de textos dramáticos: dramaturgo
7.2 Aquele que dirige o espetáculo teatral: encenador
7.3 Pessoa que lê o texto em voz baixa para auxiliar a memória dos atores: ponto
7.4 Pessoa responsável pelos objetos (adereços) que ornamentam um cenário: aderecista
7.5 Pessoa que é responsável pelos cenários: cenógrafo

Grupo II

1.1 Como Vanessa estudou muito, obteve bons resultados. OU Vanessa obteve bons resultados porque estudou muito.
1.2 Embora seja um rapaz, Rodrigo tem um comportamento sossegado. OU Apesar de ser um rapaz, Rodrigo tem um comportamento sossegado.
1.3 Vanessa tem comportamentos tão agressivos que a mãe desespera-se.
1.4 Quando o bebé nasceu, Vanessa percebeu o papel da metralhadora na sua vida. OU Vanessa percebeu o papel da metralhadora na sua vida quando o bebé nasceu.

2. 
Um pronome relativo: que
Dois pronomes pessoais: comigo, eu
Dois verbos irregulares: estar, ir
Dois verbos regulares: crescer, deixar
Dois adjetivos qualificativos: forte, bonita
Um advérbio de predicado com valor de lugar: cá
Um advérbio de negação: não

3. cresceres: futuro do indicativo; vais: presente do indicativo; poder: infinitivo; dorme: imperativo

4. Não durmas. Preocupa-te.

5.1 complemento oblíquo
5.2 complemento oblíquo
5.3 complemento indireto
5.4 sujeito / modificador do grupo verbal / complemento direto
5.5 modificador apositivo