sábado, 24 de outubro de 2015

ACORDAR

A propósito da crónica, género jornalístico estudado no 9ºano, foi pedido aos alunos que redigissem uma. A Isabel escreveu assim: 
Acordar 
Acordo de manhã, o silêncio espreita na porta, apenas o gato me diz bom-dia. Levanto-me, visto-me e sento-me no sofá. Enquanto tomo o pequeno-almoço, nem um pequeno barulho se ouve e a saudade e a monotonia instalam-se no meu coração. 
Ainda me lembro como tudo era antes de a minha progenitora emigrar. Ela acordava-me aos berros, fingindo já estar atrasada, de maneira a apressar-me. Ainda me recordo da agitação que se armava todas as manhãs. 
Como tudo mudou em meros segundos: num dia agitação, noutro dia monotonia. 
Como o meu coração grita de saudade!

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

ENTREVISTA A NUNO MARÇAL

A entrevista é um dos conteúdos programáticos do 8ºano. Nas aulas de português das turmas A, B, C foi elaborada esta entrevista e o entrevistado prontificou-se imediatamente a responder deixando a seguinte mensagem aos alunos:
"Bem-haja pelo vosso interesse e pelas perguntas bem feitas.
Felicidades para os vossos projetos de vida.
Resistir, insistir e nunca desistir de existir!
Saudações Bibliotecárias-Ambulantes."
Nuno Marçal é bibliotecário na Biblioteca Municipal de Proença-a-Nova desde 2003. Desde 2006, exerce funções de bibliotecário-ambulante sendo responsável pelo projeto Bibliomóvel. Desloca-se de aldeia em aldeia pelas seis freguesias do concelho, ao volante de uma carrinha, com o objetivo de levar livros, revistas, jornais, conhecimento e cultura às pessoas que moram em aldeias distantes do centro e, ao mesmo tempo, partilhar palavras com quem vive isolado. Partilha, também, o seu dia a dia com o mundo no blogue http://opapalagui.blogspot.pt/. Vamos falar do homem ao serviço da comunidade, do seu projeto, da sua profissão invulgar e de afetos.
Como surgiu a ideia de criar uma biblioteca ambulante?
NM- Portugal é um país com um historial riquíssimo ligado às bibliotecas itinerantes. Durante cerca de cinquenta anos, houve um serviço simbólico que percorreu o país de lés a lés levando cultura, leitura e sempre algo mais: as Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 2006, o Município de Proença-a-Nova viu concretizada a candidatura a um programa de apoio que visava o desenvolvimento de zonas rurais, onde estava incluída a Bibliomóvel e uma Unidade Móvel de Saúde. 
Seria possível realizar este projeto sem apoios financeiros e humanos? É um projeto de manutenção cara? 
NM- Sem pessoas nada se faz. Os meios financeiros são importantes na aquisição, transformação, abastecimento e manutenção do veículo; no salário do funcionário, na aquisição de livros, jornais, revistas, internet, etc. O recurso mais importante é, sem dúvida, a vontade de fazer acontecer, sem ela nada se consegue. Isto adapta-se a tudo na nossa vida. 
Quando o projeto iniciou, como reagiram os familiares, os amigos e os colegas de trabalho? 
NM- Com estupefação, incredulidade, alguma descrença e desconfiança.
E a população, como reagiu quando a carrinha chegou às aldeias pela primeira vez? 
NM- Alguma surpresa e desconfiança que se foi transformando em confiança e certeza sobre o benefício dos serviços prestados. 
Que aldeias recebem a sua visita? 
NM- Neste momento são trinta e cinco aldeias e cinco instituições de apoio à 3ª idade (Centros de Dia e Lares de Idosos). 
Desloca-se diariamente ou há um dia fixo para fazer todo o percurso? 
NM- São duas rotas que se repetem quinzenalmente. O concelho de Proença foi dividido em duas partes. Numa semana faço a zona norte e na outra a zona sul. 
Quanto tempo demoram as viagens entre cada aldeia? 
NM- De segunda a sexta-feira, as manhãs são dedicadas às instituições e as tardes reservadas para os circuitos entre aldeias. O tempo varia consoante a rota. Algumas aldeias são próximas e outras mais afastadas. O tempo passado em cada paragem, também não é fixo. Por norma, nunca mando ninguém embora e nestes quase dez anos já tenho perceção de quem pode, ou não, aparecer por isso, quando os habituais terminam a sua visita, fecho as portas e sigo para a paragem seguinte. 
Onde almoça durante as suas deslocações? 
NM- Como não vivo em Proença-a-Nova, almoço todos os dias em restaurantes da vila.
É o Nuno Marçal o único a conduzir a carrinha ou é substituído por alguém, de vez em quando? 
NM- Até 2010 houve a possibilidade de alguém me substituir nas minhas férias ou ausências. De então para cá, quando estou de férias, ou tenho de faltar, o serviço é cancelado.
Durante o percurso que faz, ouve música ou prefere o silêncio? 
NM- O rádio e algumas compilações sonoras piratas são uma das companhias em viagem. A outra companhia, esta visual, são as paisagens que a estrada proporciona. 
Sente-se um «cavaleiro solitário» ao serviço da cultura? 
NM- Não! Sou apenas um simples bibliotecário apaixonado e dedicado ao seu trabalho.
Quantos leitores estão registados na Bibliomóvel? 
NM- Estamos num processo de renovação de inscrições, por isso não tenho um número certo, mas são cerca de duzentos. Existem muitos utilizadores da Bibliomóvel que não são leitores (alguns não sabem ler nem escrever) mas usam as revistas das rendas, bordados, caça e pesca. Esses não têm “cartão de leitor” mas são utilizadores/frequentadores/amigos da Bibliomóvel.
Quem é o seu público-alvo? Há mais leitores ou leitoras? Que relações estabelece com eles? 
NM- Os leitores que leem livros são maioritariamente senhoras, domésticas entre os 50 e os 80 anos. Existem, como referi na resposta anterior outros utilizadores/frequentadores/amigos da Bibliomóvel que se aproximam e entram cá dentro em busca de outras coisas sem ser livros. Procuram informação, conhecimento e afetos. Uma palavra, um sorriso podem ser muito importantes e as Bibliotecas também são espaços para essa troca. 
Quem escolhe os livros que são requisitados: os leitores ou o bibliotecário? 
NM- Nestes quase dez anos já conheço bem o perfil de todos aqueles que procuram leitura na Bibliomóvel, por isso adapto as aquisições consoante os gostos individuais. Ocasionalmente, sugiro autores diferentes. 
Que documentos são preferencialmente requisitados? 
NM- Revistas e livros. 
Quantos documentos podem ser requisitados de cada vez? 
NM- Não há limites burocráticos. 
Tem conhecimento de haver outros projetos como este, no país e/ou no estrangeiro? 
NM- Em Portugal são cerca de sessenta Bibliotecas Itinerantes que percorrem o país. Na sua maioria pertencem a Câmaras Municipais. No mundo, praticamente todos os países têm serviços itinerantes de biblioteca. 
O projeto dura há quase dez anos. Tem noção de quanto tempo mais se irá prolongar? 
NM- Não faço futurologia, mas enquanto houver vontade mútua vamos continuar. 
O que lhe dá motivação para continuar? 
NM- A paixão pela profissão e a vontade de tentar fazer sempre o melhor possível independentemente das circunstâncias. 
Enquanto condutor de uma carrinha que carrega saber, sente-se um homem especial, uma pessoa solidária, um humanista? 
NM- Sou apenas um ser humano normal, com as virtudes e defeitos de todos os seres humanos. Abracei uma profissão ancestral (bibliotecário) que, acredito, vai ter ainda muito futuro pela frente. Sinto-me feliz e realizado profissionalmente e acredito que isso pode fazer a diferença. Agora sentir-me especial? Não. 

Uma conversa à distância que as tecnologias permitiram concretizar. Nuno Marçal não é apenas o profissional ao serviço de uma Biblioteca Municipal. É um apaixonado pela profissão com uma missão: calcorrear quilómetros para levar livros, palavras e afetos a quem não os tem à mão de semear. Um andarilho levado pela força da vontade.


terça-feira, 13 de outubro de 2015

RTP ENSINA

No conto "A Aia", de Eça de Queirós, a protagonista é uma escrava negra. A propósito, é preciso saber mais sobre a escravatura e a RTP ensina. É só seguir o link para se aceder a um pequeno vídeo sobre o tema.
Madona do leite
Canato ( SP, Brasil, 1985)


segunda-feira, 12 de outubro de 2015

SE EU FOSSE UM LIVRO...

Se eu fosse um livro, seria um atlas para poder conhecer todo o mundo. Desde o Polo Norte ao Polo Sul, de Portugal à Nova Zelândia. Queria conhecer o fim do mundo, o local mais alto do planeta, a cidade mais bonita de todas. Gostaria de ser feito do papel mais duro do planeta, para que ninguém me pudesse rasgar. Teria uma capa tão colorida e tão viva como a paisagem que se vê do alto do Cristo Rei e uma contracapa tão fria e branca como a do pelo de um urso polar. Queria jantar no cimo da torre Eiffel com um livro de aventuras, para trocarmos as opiniões sobre a nossa vida. Levaria pessoas a escalar o Evereste, a nadar nas praias do Havai e a viver um safari usufruindo das magníficas paisagens.
Luís, 8ºC



Se eu fosse um livro, seria um diário....
Um diário de uma adolescente, talvez apenas porque sou uma adolescente ou, então, porque percebo os adolescentes. Aqueles que pensam que ficaram sozinhos ou, então, os que aprenderam o que era amar alguém cedo de mais, eu entendo-os. Passei por coisas parecidas e adoraria ser o diário de alguém que passou pelo mesmo ou algo parecido. Não queria que um adulto vulgar, como aqueles que pensam que os adolescentes não sentem, escrevesse em mim porque, se isso acontecesse, preferia ser deitada fora, rasgada, sei lá ... Porque os diários não servem para escrever neles só porque sim .... Um diário serve para nos ajudar, para ninguém se fechar, para desabafarmos. Por isso, se uma fada entrasse por aquela porta e me transformasse num livro, gostaria que fosse num livro velho que não chamasse a atenção de todos, mas daquela pessoa, não sei quem, não sei o nome, apenas alguém igual a mim. 
 Mariana, 8ºC 

sábado, 10 de outubro de 2015

SE EU FOSSE UM LIVRO...

Se eu fosse um livro, seria grande o suficiente para ser visível a grandes distâncias. Seria colorido para impressionar os mais novos e os mais velhos. Seria tão lido que já teria manchas e dobras nas minhas folhas. Teria contos populares para as crianças, amorosos para os adolescentes e “quentes” para os atrevidos. Seria um livro sem tema nem título. Seria eu próprio, desejando ser lido vezes sem conta e provocar a curiosidade de outros seres.
Se eu fosse um livro, não ficaria pousado numa prateleira toda empoeirada, num quarto com cheiro a mofo de um adolescente problemático. Não ficaria fechado num armário juntamente com objetos sem uso.
Se eu fosse um livro, teria pernas para correr, boca para falar e olhos para ver, seria livre.
Se eu fosse um livro, não deixaria de me expressar ou de imaginar.
Se eu fosse um livro… voaria.
Soraia, 8ºC

Se eu fosse um livro, seria um livro de comédia para que, nas alturas tristes, as pessoas me lessem e, rindo, ficassem mais felizes, mais alegres. Seria um livro grande e grosso, do tamanho da alegria e da felicidade que gostaria de oferecer às pessoas.
Gostaria de ser um livro usado e recomendado, sinal de que os outros gostavam de mim. Gostaria, também, de ter um espaço especial numa grande biblioteca. Teria histórias para todas as idades e de todos os géneros, desde anedotas a contos.
A minha capa representaria a minha personalidade. Seria uma cena cómica que provocasse um grande sorriso, mas também que fizesse imaginar o meu conteúdo.
Se eu fosse um livro, tentaria melhorar o mundo apenas com palavras e imagens.
Gostaria de ser escrito não por um, mas por vários escritores que quisessem mudar o mundo em que vivemos, e transformá-lo num mundo melhor, mais alegre.
Se eu fosse um livro, gostaria de ser traduzido em todas as línguas existentes e de ser conhecido em todo o mundo. Também gostaria que houvesse cópias minhas em todas as bibliotecas do mundo.
Rita, 8ºC




QUAL É A DIFERENÇA?

Alunos, sabem a diferença?
(documento encontrado no Facebook)
Vês e Vez são palavras homófonas, leem-se da mesma maneira mas escrevem-se de maneira diferente. Portanto, atenção à ortografia!!!

domingo, 4 de outubro de 2015

EÇA DE QUEIRÓS

Os alunos de 9ºano vão começar a ler e a interpretar o conto de Eça de Queirós, "A Aia". Para conhecerem melhor o autor, podem seguir o link e entrar na Fundação Eça de Queirós onde poderão encontrar muita informação.
Quiz sobre o escritor.