segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

FAZER UMA ENTREVISTA

Imagina que tinhas a oportunidade de te encontrares com o dramaturgo Gil Vicente e podias conversar com ele durante algum tempo. Então, prepara a entrevista possível. Segue estes passos:

  • define o tema da tua entrevista;
  • prepara a estrutura, definindo, por exemplo: o título, o corpo da entrevista e uma conclusão;
  • define o número de perguntas e organiza-as;
  • .Não te esqueças de estruturar a entrevista, de preparar bem as questões e as respostas, de recorrer a uma linguagem corrente, clara e acessível ao público em geral.

domingo, 18 de novembro de 2018

TROVAS VICENTINAS - RUI VELOSO


Vós que vos ides por ganância
Debaixo da capa do cruzado
Buscando no incerto e na distância
A mina delirante do El Dourado

Vós que deixais só na retaguarda
Um farto gineceu desamparado
Não sentis testa que vos arda
Durante o sono repousante do soldado

Ouvi este ledo trovador
Por feitos de além-mar pouco tentado
Não se deixa uma esposa sem amor
Com o trevo da mocidade eriçado

E vê-las no poleiro das janelas
Gastando seus furores em vãs intrigas
É vê-las nas ribeiras com as barrelas
Contando o que só Deus sabe às amigas

Quanta malícia mal ardida
Tangem seus olhares pelas esquinas
Soubésseis os sorrisos de fugida
Que delas merecem minhas rimas

E víeis que melhor que a riqueza
É ter alguém à noite na cama
Que o diga a presunçosa e vã nobreza
Que goza a especiaria ao pé da dama

Por isso se as testas vos arderem
No lume verrinoso do adultério
Às línguas viperinas que vierem
Dizei que ardem pela grandeza do império

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Ver também Inoportuna - Vilancete castelhano de Gil Vicente (aqui)

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

APRESENTAÇÕES ORAIS

Durante o primeiro período, cada aluno deve escolher um conto de um destes livros e fazer a sua apreciação crítica de acordo com as sugestões da página 53 do manual.

  • Histórias da terra e do mar (Sophia M. B. Andresen);
  • O dia cinzento e outros contos (Mário Dionísio);
  • A mulher que prendeu a chuva (Teolinda Gersão);
  • Bichos (Miguel Torga);
  • Novos contos da Montanha (Miguel Torga);
  • Aldeia Nova (Manuel da Fonseca);
  • Contos do Nascer da Terra (Mia Couto);
  • Contos completos (Gabriel Garcia Marquez);
  • Contos (Vergílio Ferreira);
  • Contos (Eça de Queirós).
  • Só resta o amor, Agustin Fernandez Paz
  • Uma Cana de Pesca para o Meu Avô - Gao Xingjian

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

CRÓNICA DE RICARDO ARAÚJO PEREIRA SOBRE A LÍNGUA PORTUGUESA

A gente somos um país muita curioso. Houveram eleições e, com base no que tínhamos visto e ouvisto na campanha eleitoral, votámos maioritariamente nos partidos que assinaram com a troika um acordo, digamos, difícil de cumprir. Mas hádem dizer-me quantos são, mesmo entre os que votaram no seu partido, aqueles que admiram, respeitam ou sequer toleram o trabalho e a figura de Miguel Relvas. O ministro não parece ser muito popular, derivado do seu envolvimento em alguns escândalos como, por exemplo, o da licenciatura. Mas nem por isso deslarga o poder. Entrou para dentro do Governo, há dois anos atrás, e ninguém o tira de lá. Para fora.
Prontos, mas as pessoas não são só defeitos. E Miguel Relvas tem o grande mérito de constituir um exemplo, parece-me a mim. Muitos desempregados não conseguem arranjar emprego por causa que têm habilitações a mais. Miguel Relvas obteve o seu com emprego mesmo tendo claramente habilitações a menos. Apontou para baixo e foi bem sucedido. Estabeleceu um objetivo mais modesto e atingiu-o. E ainda o acusam de ser muito ambicioso...
Os cortes no Estado social não são uma necessidade de poupança, são uma estratégia de futuro. Relvas deseja que o Governo faça cortes na educação porque ele próprio cortou na sua e venceu. Conhece, por experiência própria, as vantagens de desinvestir na educação. É um exemplo de sucesso de deformação profissional. Como cidadões, temos muito a aprender com ele. Ou a desaprender, já não sei.
Soares fala mal francês, Sócrates falava mal inglês e espanhol, e Relvas fala mal português. Quase todos os políticos que nos governam hoje falam mal português, aliás. Veja-se o caso de Angela Merkel. Saberá dizer duas, três palavras no máximo. Os nossos dirigentes sempre tiveram um problema com as línguas. E, tendo em conta o estado em que o país se encontra, também não parecem ser melhores nos números. Talvez tenham sido daqueles alunos que só eram bons em educação física.
in Boca do Inferno, 07-02-2013

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

SUGESTÃO DE LEITURAS PARA 2018/2019

No ano letivo que agora começa, a BE vai desenvolver o projeto de leitura "Ler para ser +". Assim, aqui ficam algumas sugestões de leitura no âmbito dos subtemas "Ser+ Saudável", "Ser+ solidário", "Ser+ sustentável".

sábado, 16 de junho de 2018

POEMAS BREVES

Trabalho de sala de aula, no final da unidade "Texto Poético".

Vida

Dormimos
Sonhamos
Imaginamos
Acordamos
Pensamos
Acreditamos
Falhamos
Conseguimos

E tudo isto é ser
E tudo isto é viver

Rui e Tomás



Manhã de nevoeiro

Não vejo junho pela janela
Decidiu partir
Sem sequer chegar.

A chuva bate,
As gotas escorrem,
São lágrimas no meu rosto.

Saí à rua
Crianças saltam de poça em poça
Um sorriso floresceu no meu rosto.

Sofia e Laura




TEXTO POÉTICO - HAICAIS (OU QUASE)

Trabalho de sala de aula, no final da unidade "Texto Poético".

I
Eclipse
Será que o sol se veste de lua
Ou a lua se disfarça de sol?
Gustavo

II
Palavras
Talvez mais poderosas que armas
A força das palavras: poesia!
Gonçalo S.

III
Manhã de nevoeiro
O sol vestiu-se de luto
Ou de um compromisso fugiu?
Leonardo e Mariana L.

IV
Nuvens
Um infinito azul
Onde navegam sonhos.
Tomás F.

V
Nuvens
Aviões a voar
Num infinito azul.
Mariana P.

VI
Nuvens
Lençóis brancos, cobertores fofos
É lá que dormes, imaginação?

VII
Flores, frágeis e delicadas,
dizem mais do que as palavras
como um dicionário, trazem tantos significados.
Rafael T.

VIII
Quando uma amiga voa com os anjos,
Vamos com ela?
Viagem infinita em asas brancas.
Lara

domingo, 20 de maio de 2018

CORREÇÃO DO TESTE DE ABRIL

Correção do teste de 27/04/2018
GRUPO I – leitura e educação literária
Parte A
1. 1-a); 2-f); 3-e); 4-c)
2. A palavra “isso” refere-se ao facto de os portugueses irem avançando sempre no mundo e também o domam.
3.
3.1 b)
3.2 c)
3.3 b
3.4 c)
3.5 c)
Parte B
4. As duas personagens têm uma relação de vizinhança e de amizade. Conheceram-se quando Luarmina, depois de ter saído do convento, foi viver para o bairro de Zeca, bem junto a sua casa.
5. “Deixar escapar tanta maré”, neste contexto, significa deixar escapar as oportunidades. É o que acontece com Zeca que, por ser muito preguiçoso, e ser “homem com miolo miúdo”, não aproveita o que a vida tem para lhe dar. Inclusivamente, ele é feliz só por preguiça porque a infelicidade dá trabalho.
6. Luarmina era uma jovem perfeita e de uma beleza tal que deixava todos os homens doidos à volta dela, ao ponto de a mãe tentar golpear-lhe o rosto para a tornar feia. Com o passar dos anos, tornou-se uma mulher muito gorda, “pesada como pelicano”.
7. A frase da lina 34 significa que, durante muito tempo, Luarmina ficou fechada num convento escuro onde só falava com Deus através das suas orações.
8. a) O presente é quanto lhe basta, o que tem é suficiente para ele e não precisa de mais nada.
b) Devido à beleza de Luarmina, os homens rondavam a sua casa como abutres, predadores prontos a atacar a presa.
9. a) - 3; b) - 1 e 4; c) - 2
10. 1 Nesta frase há uma comparação (pesada como pelicano).
10.2 Nesta frase há uma metáfora (brumosos passados= os passados são bruma, são nevoeiro).
GRUPO II – Gramática
1. Hoje sorrimos alegremente ao novo dia.
2. Primeira oração: subordinada adjetiva relativa explicativa; segunda oração: subordinada adverbial temporal.
3.
3.1 esperavam; tornariam
3.2 fizermos; sentir-nos-emos
4. A senhora: sujeito simples; (…) “diz-se…”: sujeito nulo indeterminado; (a senhora) intentou de…: sujeito nulo subentendido.
5.
Derivação por prefixação Derivação por sufixação Derivação por parassíntese Derivação não afixal
enviuvar: derivação por parassíntese
amolecer: derivação por parassíntese
brumosos: derivação por sufixação
pesca: derivação não afixal
pescaria: derivação por sufixação
desgraça: derivação por prefixação


quarta-feira, 9 de maio de 2018

O RAPAZ DO PIJAMA ÀS RISCAS - OPINIÃO

John Boyne é um escritor irlandês, famoso pelo lançamento do livro O Rapaz do pijama às riscas.
Tomei conhecimento desta obra a propósito do tema do Holocausto, de que falamos na aula de História.
A forma como o tema é tratado no livro é diferente do habitual e isso despertou a minha curiosidade.
Nesta narrativa, um rapaz de nove anos, Bruno, é filho de um agente nazi cuja promoção leva a família a sair da sua confortável casa, em Berlim, para uma despovoada região onde Bruno não encontra nada para fazer, nem ninguém com quem brincar. Esmagado pelo aborrecimento e traído pela curiosidade, Bruno ignora os constantes avisos da mãe para não explorar o jardim, por detrás da casa, e dirige-se à quinta que viu ali perto. Nesse local, Bruno conhece Shmuel, um rapaz da sua idade que vive numa realidade paralela, do outro lado da vedação de arame farpado, vestido com aquilo que Bruno pensava ser um pijama às riscas. O encontro de Bruno com este rapaz de pijama às riscas vai arrancá-lo da sua inocência. Os repetidos e secretos encontros com Shmuel desaguam numa amizade com consequências inesperadas e devastadoras.
Escolhi ler este livro porque, por um lado, achei interessante o modo simples como aborda os acontecimentos históricos do período nazi, sem deixar, contudo, de o fazer de forma realista.
Por outro lado, gostei que a narrativa se centrasse na inocência de duas crianças, que pertencem a culturas diferentes, mas conseguem viver uma amizade pura.
Aconselho-o, pois ele consegue transmitir que somos todos seres humanos e que devemos ser respeitados independentemente dos nossos ideais, costumes e cultura. Além disso, faz-nos refletir sobre um período histórico lamentável.
Pelo seu enorme sucesso, este livro faz parte do Plano Nacional de Leitura e foi já adaptado para cinema. Por isso, recomendo que, além de lerem o livro, vejam o filme, para poderem descobrir as pequenas diferenças.
 Beatriz, 8ºB

quinta-feira, 26 de abril de 2018

"NATAL" -TEXTO DE OPINIÃO

Na minha opinião, este conto é do meu agrado, pois inclui expressões e uma linguagem típica de Trás-os-Montes e as personagens trazem ao leitor o genuíno habitante da montanha, habituado às dificuldades do frio cortante das montanhas e que passa pela vida ligado às tradições, às crenças, ao trabalho e à religião. 
Claramente, são factos que me fascinam imenso, dado que me relembram a minha terra natal e de toda a minha família que vive nesta região do país, donde o autor também é oriundo.
O tema deste conto revela a vida dura de um pedinte e as dificuldades que ele teve de atravessar para conseguir apenas um simples pedaço de broa. Demonstra, assim, a sobrevivência de um idoso com 75 anos de idade, sem família e pouco alimento para saciar a sua fome. Mas que, apesar de tudo, consegue viver momentos de felicidade e de amor, transformando todo o cenário à sua volta num ambiente muito íntimo, falando com as estátuas da igreja como se de pessoas reais se tratassem.
Considero que o desfecho foi das melhores partes do conto, visto que após ter vivido inúmeras dificuldades no seu caminho, como por exemplo a neve, conseguiu chegar à capela, acender uma mísera fogueira e comer o pouco que tinha. Teve, assim, a sua tão desejada consoada regada com muito bom humor, apesar das vicissitudes da sua triste vida.

Tomás Pereira, 8ºB
ano letivo 2017/2018

"NATAL" - TEXTO DE OPINIÃO

De início, e antes de ter lido o texto, li o título. “Natal” fez-me logo pensar na época festiva e católica de dezembro. 
Após uma leitura um tanto cuidada, logo percebi que estava certo acerca do título, dado que se trata do Natal de um pedinte, Garrinchas.
Na minha opinião, e visto que se trata de um conto já com alguns anos, sensibilizou-me e agradou-me o facto de Miguel Torga tê-lo escrito e presumo que, tal como eu, houve tantos outros a sentirem pena do pobre Garrinchas.
O texto foi escrito com uma linguagem menos cuidada, devido ao facto de usar expressões utilizadas por pessoas de classe mais baixa, num registo popular. Mas, dado que a personagem é um mendigo, a linguagem foi, de certa forma, bem utilizada pois adequa-se ao espaço social.
Por fim, recomendo a leitura atenta do conto, pois retrata um povo infeliz que nada tem.

Gonçalo Sousa, 8ºB
ano letivo 2017/2018

segunda-feira, 19 de março de 2018

Texto em 77 palavras, de Beatriz Reis, que inclui uma frase do livro Diário de um migrante, de Maria Inês Almeida:

No final de cada dia, queremos sempre voltar a casa, pois é lá que nos sentimos bem, tranquilos, seguros. Assim que entramos, vamos despindo, uma a uma, as várias camadas acumuladas ao longo do dia: as frustrações, as tristezas, os diferentes rostos que exibimos e que nem sempre são os verdadeiros. É no nosso lar que deixamos cair as máscaras, que somos nós próprios. “A casa é onde repousa o nosso coração”, onde está a nossa alma.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

CORREÇÃO DO TESTE DE FEVEREIRO

Grupo I – texto A
1.1   b)
1.2   c)
1.3   d)
1.4   a)
1.5   a)
Texto B
2       Rose mostrou-se observadora porque nada lhe escapou, nem os mais pequenos pormenores. Descreveu pormenorizadamente o modo de vestir de Paul e os traços do seu rosto, assim como todo o ambiente do café onde se encontraram e a paisagem que via dali.
OU
Rose mostrou-se antipática pela forma desabrida como falou com Paul: foi rude e mal-educada.
3       O tempo com Paul foi, para Rose, um tempo de alegria e de felicidade pois correspondeu a momentos do namoro que correram lindamente, antes da infelicidade da guerra e da proibição de namorarem.
3.1 O recurso expressivo usada é a metáfora.
4         Rose interpretou a resposta de Paul como um enorme elogio e sentiu-se amada pois as poucas e simples palavras usadas foram mais eloquentes e souberam-lhe melhor do que as palavras mais belas.
5         Paul vivia em conflito por cause de Rose pois era órfão e morava com a irmã mais velha, simpatizante dos nazis. Como Rose era judia, o namoro iria ser proibido e Rose corria riscos de ser denunciada uma vez que os nazis começaram a perseguir os judeus.
6         Momento de descrição: “Olhei de soslaio para o rapaz: era mais alto do que eu….. o boné vermelho dos alunos do último ano do “gymnasuim”.”
Momento de narração: “O meu tempo com Paul foi o último sol antes da trovoada….. Waltraut me apresentou Paul Marten. Subimos, os três, o monte.”
 Grupo II
1.1   B/C
1.2   A/C
1.3   B/D
2.1 visto que li o seu diário – oração subordinada adverbial causal
2.2 que quero comprar o diário de Anne Frank - oração subordinada substantiva completiva
2.3 que é a minha melhor amiga - oração subordinada adjetiva relativa explicativa
2.4 Não tem.
3.1 Rose teve de partir com os pais. Acompanhá-los-ia alegremente se não estivesse tão ligada ao avô.

3.2 Rose despediu-se do avô, mas não lhe disse o quanto gostava dele.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

AMEI-TE

Texto em 77 palavras da Sofia:

Amei-te e por te amar
Deixei até de pensar!
Fiz mais do que imaginava
Pois quem ama fica cego

Deixa de agir por si só
Torna-se parte de outro alguém!
Mas como é bom amar!
Tão bom nos dedicarmos ao outro!

Ficar com borboletas na barriga
Como se todos os dias fossem primavera
Caminhar sobre nuvens de algodão
E o nosso coração fica um constante verão!

Por tudo isso, e mesmo cega,
Eu quero amar, amar perdidamente!


O primeiro verso é do poema "Amei-te e por te amar" de Fernando Pessoa
O último verso é do poema "Amar" de Florbela Espanca.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

PALAVRAS - MICROCONTO

A Beatriz escreveu, a escritora Margarida Fonseca Santos leu na Rádio Sim (ouvir aqui).

Não saibas: imagina… as palavras acabadas de nascer, sem voz ainda, imperfeitas, mas ingénuas e puras. Parecem ter vida própria e independente. No entanto, que seria de nós sem elas?
As palavras são a nossa essência, crescemos com elas, vivemos com elas e, no fim da vida, com elas envelhecemos. Caminhamos lado a lado. Choramos, rimos, gritamos, confessamos os mais íntimos segredos com palavras e combatemos a solidão. As palavras sustentam as nossas vidas. Palavras somos nós.

“Não saibas: imagina”…, Miguel Torga, Diário IX
“Palavras somos nós”, Gastão Cruz, Os poemas