quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

O HOLOCAUSTO NA LITERATURA - UMA LEITURA


Uma leitura por Martim Costa, 11ºA

O livro O rapaz do Caixote de Madeira é uma autobiografia escrita e vivenciada por Leon Leyson na qual é protagonista. O autor relata a sua experiência e como conseguiu sobreviver à Segunda Guerra Mundial sendo perseguido e discriminado apenas por ser judeu.

Leon Leyson foi um judeu polaco nascido em 1929 em Narewka, na Polónia, tinha apenas dez anos e uma infância tranquila quando os nazis invadiram a Polónia, em 1939, enquanto vivia na cidade de Cracóvia com os pais e irmãos. Leyson conta alguns atos de discriminação contra os judeus, ainda antes da guerra, mas é depois da sua eclosão que estes atos começam a ser uma ameaça real à vida deste povo. No início, os pais de Leyson, como tantos outros, acreditavam que a guerra não duraria muito tempo e que, no ano seguinte, tudo teria terminado, mas estavam redondamente enganados. A partir daí, os judeus foram completamente excluídos da sociedade e vistos como a causa de tudo o que de mal acontecia. Entre outros direitos, que hoje consideramos adquiridos, como o direito à propriedade, liberdade religiosa, entre outros, que foram retirados a este povo, logo no início da guerra, houve um que me ficou na memória e passo a citar:

“Quando ouvi falar pela primeira vez nessa nova restrição tive uma breve sensação de liberdade. Que criança de dez anos não apreciaria uns dias de folga da escola? Mas o sentimento não durou muito tempo. Depressa me apercebi da grande diferença que existe entre optar por não ir à escola por um dia ou dois e ser proibido para sempre de a frequentar.”

Este excerto do livro recordou-me os tempos de confinamento, desde a passageira alegria de ter umas férias, graças à covid, até não saber se mais algum dia teria a possibilidade de ir à escola, presencialmente. E o que me levou a ter aulas em casa, como está a acontecer neste momento, levou Leyson a procurar emprego com 10 anos para ter uma oportunidade de se salvar.

A discriminação religiosa e a propaganda nazi levaram a que os amigos de Leyson, que antes não se importavam de ele ser judeu, começassem a ignorá-lo, a murmurar palavras contra ele, afastando Leyson e os judeus da sociedade; este facto ainda se intensificou mais com a mudança para o gueto de Varsóvia e, posteriormente, para campos de concentração e de trabalhos forçados. 

No meio desta história, surgiu um herói chamado Schindler, conhecido depois da guerra pela “A Lista de Schindler" onde apontou os 1.100 judeus que salvou e que viria a salvar Leyson e parte da sua família. Foi realizado um filme com o mesmo nome em sua homenagem.

Em suma, Leyson define herói como um ser humano vulgar que faz a melhor das coisas no pior dos tempos o que prova que todos nós podemos lutar para tornar o mundo melhor e revoltarmo-nos contra as atrocidades salvando a vida de minorias.