sábado, 18 de abril de 2020

O DESCONCERTO DO MUNDO

Acordo por volta das nove e meia. Tomo o pequeno-almoço e como a minha rotina não tem sido outra, começo a estudar. Primeiro francês e depois português.
Assim que leio o que tenho para fazer, cresce uma tristeza interior instantaneamente. A verdade é que tenho de fazer uma crónica, UMA CRÓNICA. Para ser sincera nunca gostei muito de escrever crónicas. Talvez por não ter jeito, ou não tentar ou talvez por não saber como o fazer e todas estas desculpas só apelam, cada vez mais, à minha ignorância pelo assunto.
No mesmo instante, sinto um sentimento de derrota, sem sequer ter começado ou tentado escrever uma única palavra. Apelo desesperadamente por ajuda à minha irmã. Esta diz para procurar exemplos de crónicas na internet e inspirar-me. Assim o fiz, procurei, procurei, e nada me despertou curiosidade. Confesso, eu achei que seria o fim. Foi então que me acalmei, puxei pela cabeça e aqui estou eu, a escrever sobre a manhã atribulada que estou a ter.
O tema desta crónica é suposto ser sobre o desconcerto do mundo e não sobre o desconcerto da minha manhã e da minha pessoa.
Hum… desconcerto do mundo, este é um assunto que dá muito que falar, discutir e debater. O mundo está desconcertado, é inegável esta afirmação. É através de jornais que observamos o desconcerto em cada canto no mundo. Eu diria que o desconcerto do mundo se resume a uma única palavra, ignorância.
Ignorância destes novos presidentes, entre eles Donald Trump, para quem “o aquecimento global não existe”. Pois claro que com um presidente que despreza/ignora este tipo de situação que abala os dias de hoje, o problema não precisa de ser resolvido, porque afinal não há nenhum problema, o planeta, aliás, está perfeitamente bem. Esta ignorância por parte do presidente vai agravar ainda mais o planeta. Pode agravar tanto, que podemos deixar de ter planeta. E não digo ignorância apenas por parte de presidentes que apenas procuram a ganância e aumentar o seu bem-estar, pondo-o acima do povo e da nação que representam. Como dizia, esta ignorância começa nos que votaram neles. Essas pessoas foram ignorantes quanto à política, quanto ao que acontece no mundo, e não procuram votar pela melhor escolha para o seu país.
Agora, vivemos um tempo de uma pandemia intitulada coronavírus que, sem dúvida alguma, parou o mundo e ficará na História. Peguemos no exemplo de Itália, que foi ignorante ao ponto de escolher quem vive e quem morre por critérios que não tenho curiosidade nem sinto necessidade de saber, de tão grave que a situação está. Outro, o presidente brasileiro Bolsonaro, acha que não é necessário fechar os locais de culto, nomeadamente as Igrejas, pondo em risco a vida de milhões de pessoas ou uma nação inteira por quem é responsável. Que é mais um exemplo de ignorância por parte do presidente em relação à pandemia.
Por ter parado o mundo, a poluição está a diminuir o que é algo de positivo no meio deste pânico mundial. Uma coisa que todos temos de fazer é tentar dizer não à ignorância, tentar minimizar este desconcerto e aproveitar este tempo para refletir na vida, nas nossas ações e, assim, evoluir quer individualmente, quer como comunidade.
Termino apenas com isto. O desconcerto do mundo vai sempre existir, mas cabe a cada um de nós parar de ser ignorante e lembrarmo-nos que, se queremos mudar, concertar ou minimizar este desconcerto, decerto que teremos que ser nós e não seguir o exemplo de não fazer nada e ficar à espera que se resolva sozinho ou que alguém o faça por nós.
Se queremos mudar o mundo temos de arregaçar as mangas e pôr mãos à obra.

Sofia Silva, 10ºA, ano letivo 2019-2010